SONETO DORIDO

O poetar suspira com tons de tristeza

Num soneto dorido de eco e de soluço

Amarelecido num sentimento feduço

Onde a poesia seria de alvura e beleza

As rimas lacrimejam num cambaluço

D'alma, que sentida, cheia de afoiteza

Irradia negritude duma pura chateza

Onde a simetria vira angústia e rebuço

Numa emaranhada toada de crueza

Embuça os versos em um manhuço

Tão perversos e cheios duma vileza

Assim, a inspiração veste o garruço

Da "sofrência", com sua total frieza

Chafurdado os versos num chapuço

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

– Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/10/2016
Reeditado em 08/11/2019
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