DESPREZO (soneto)

Quão dor eu sinto, pelo desprezo

onde espera palavras num abraço

olhar no olhar enleado por um laço

e por vezes se tem o pesar aceso

Procuro então respirar, assim faço

nesta incisão, sair dali sendo ileso

do que cortês nele eu me ver adeso

ferindo o ser dum conforto escasso

Se leve ou reles, nos faz indefeso

é crueldade que só traz embaraço

Será que sabes deste agravo teso?

É complicado todo este compasso

do afeto em luta e ao bem coeso

quando o amor no amor é fracasso

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/10/2016
Reeditado em 07/11/2019
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