VENDAVAL (soneto)

Entre a saudade, a aridez do cerrado

ressecando as lembranças tão sós

adormecendo luas e sóis para nós

em suspiro e soluço ali amargado

Eis que um vendaval de tão feroz

arrombou-nos os sonhos sonhado

deixando o intervalo assim atado

num amarrilho lamento, num retrós

Aí, neste embaraçado, eu atordoado

Oh! Amor, nem sei se estou acordado

ou tão pouco adormecido na ilusão

Só sei que pouco a pouco aqui calado

na solidão, o coração tão esperançado

em vigília, que aporte de novo na paixão...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/10/2016
Reeditado em 07/11/2019
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