TEMPORADA DA VIDA (soneto)

A temporada da vida, apressurada

De encenação tão ágil e tão breve

Aspira a existência tal qual ar leve

E nos leva numa célere enxurrada

O fado de asas que não susteve

Se enlaça na fragilidade tramada

Em tênue mormaço e mais nada

Criando a história do que se teve

Por que a tão delgada cadência?

Dissolvida nesta árida impotência

Quando se quer mais no amanhã

Num sopro de alta magnificência

O dom de existir, se contingência

É a morte, que a vida seja anfitriã

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 17/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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