ESPELHO (soneto)

Este vulto no espelho na minha frente

Serei eu dividido numa só consciência

Desta visão exata, é outra referência

De um tempo de longa data, vertente

Que ilusão quer iludir minha inocência

Refletindo cabelos alvos tão aparente

Num eu outro, ignoto por minha mente

E tão desfigurado nesta contundência

Será meu eu, além de mim, reluzente

Se não vejo em nada alguma ausência

E precisa é a reverberação ali poente

É! Terei que me deixar nesta essência

Ser dois neste espelho integralmente

E uma só pessoalidade em gerência.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2016 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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