SONETO NO ENTARDECER

Sai o dia, vem à noite no cerrado

treva fria, palia o sol na cor bisonte

breve e leve, tão encantado, é fonte

num manto real no tempo dourado

Ó sombra que se esvai no monte

do entardecer na noite aterrado

desnudando o planalto aluado

numa luz sidérea em desmonte

E no turvo motim no céu calado

surgem alvas estrelas, defronte

ao cais da vida, num ato fiado

Assim como num beijo simbionte

a noite abarca o dia tão esfalfado

para lhe adormecer no horizonte

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 10/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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