SONETO VAGINDO

Na saudade a alma não canta

Chora, e triste fica o triste riso

O peito pulsa numa dor tanta

Que o nada se torna conciso

A memória vem e nada espanta

A vida se encolhe num improviso

A alacridade deixa de ser santa

E a solidão surge sem dar aviso

Quando a saudade se agiganta

O olhar se perde nu, no infinito

Tão frívolo, que não hei escrito

Aí um nó se enlaça na garganta

A lágrima pela face sai a procura

Dum vagido, pra banzar a tristura

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

09/08/2016, 06'20" - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T5722669
Classificação de conteúdo: seguro