CORTEJO (soneto)

De que vale evitar a morte, indesejada

Se para o silêncio do chão é o fado

Pois, o que parte, no óbito é calçado

E com solidão a personagem é levada

Com que cortejo desfilar no cerrado

Se o culto deveria estar na jornada

No forrar o cascalho da árida estrada

E não suspiros ao morto derramado

Que importância terá a vida finalizada

Se o elo no amor, então, não foi selado

E tão pouco, a vida, daquele, foi amada

Pra nada adianta ter tarde vazio agrado

Se de volta ao pó, a alma é consagrada

Deixe as rosas de lado, e avance calado

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

Agosto, 2016- Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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