SONETO ATORMENTADO

Fere o silêncio da áspera madrugada

no cerrado, um árido vento plangente

que golpeia minha alma ali presente

com saudade em mácula mal curada

Busco iludir-me que o zunido em toada

nada mais seja que ilusão descontente

daquela que põe angústias na gente

para deixar solitário e a ventura calada

E o vento insiste, persiste e não desiste

cortando a paz da noite com ruído triste

avivando a dor em suspiro redundante

Se soubesse quanta nostalgia desgarra

o vento teria dó e não seria tão fanfarra

e muito menos nesta solidão tão falante

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

agosto, 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 02/08/2016
Reeditado em 06/11/2019
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