SONETO SOLENE

Memorar. Um ano. Que importa o ano? Talvez

somente para lembrar os suspiros de tua ida

do silêncio invasor na casa após a tua partida

pra morte, igual, desfolho outonal em palidez

Fatal e transitório, a nossa viveza é vencida

pelo sopro funesto, ao sentimento a viuvez

Julho, agosto, setembro, vai-se mês a mês

ano a ano e outro ano a recordação parida

Da saudade filial, que dói numa dor doída

de renovação amarga e de vil insipidez

que renasce na gelada ausência sofrida

No continuar, o vazio, traz pra alma nudez

chorada na recordação jamais esquecida...

Neste soneto solene: - a bênção outra vez!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

13 de julho de 2016 – Cerrado goiano

Um ano de morte de meu pai.

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 13/07/2016
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T5696423
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