SONETOS PERVERSOS

Enquanto escrevo meus silêncios, mastigo

as angústias que esmoam os meus versos

desnudando cada face dos meus anversos

em espavento diversos e um tanto ambíguo

Traz paz e inquietação, e alguns reversos

camuflando a escuridão num manto amigo

criando uma solidão que conversa comigo

dos penares e ledices no viver dispersos

A poesia enflora e a ela o prazer bendigo

no ermo do âmago, dos sonhos submersos

e assim, vou metamorfoseado num abrigo

E nesta tal plenitude dos meus universos

a quietude em constância como castigo

feri a lira do poeta em sonetos perversos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

julho de 2016 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/07/2016
Reeditado em 06/11/2019
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