Angústia
Já madrugada, angústia não desapega,
Toma meu leito como dela o fora,
Pesar falseia, mas no fundo adora
Velar-me a dor que me desassossega...
Mormente o sono, até manhã mo nega,
Grande agonia ao peito meu aflora,
Agrura n’alma, aflição me apavora
E mais me atrela a essa infausta entrega...
Não me socorre alívio algum, por esta hora,
Massacrado ao peso agudo e frio da presa,
Na rudeza da fera, ao furor que me devora...
Guardo escondida uma esperança, inda acesa,
Conquanto não manifestada por agora...
Martirizada jaz, por ora, minh’alma indefesa...