Nova peça do Grupo Capela

“Em “Conspirações do corpo” o Grupo Capela, que tem o prêmio Cena Minas do Governo do Estado, rompe os limites de um teatro de palco italiano, para criar uma linguagem cênica original, de marca. Desprezamos a 4ª parede e nos aproximamos do público. O ator, o texto, nada faz o fenômeno teatral. Mas quando o público comparece, forma-se a tríade essencial. Ao romper a 4ª parede, estabelecemos um pacto com o público, solicitado para a construção do espetáculo. Abrimos a caixa de mistérios que é o palco italiano. O espetáculo começa no tempo de espera do primeiro espectador a entrar no teatro. Estabelecemos um pacto de sinceridade. Nas cadeiras estão os textos da peça, manuscritos dos atores que os interpretarão, e a proposta transferida ao público de se apropriar deste elemento de autoridade do ator, o acesso ao texto, e de dar início à reflexão sobre a temática geral do espetáculo, a morte, relendo notícias de jornal sobre a morte instalada na célula familiar, fator de desordem da sociedade. Há uma trilha sonora ambiente e imagens de asilo e comemoração de aniversário, em que figuram divinopolitanos vivos e falecidos.

“Conspirações do corpo” é a homenagem do Grupo Capela aos 10 anos da Agefil—Associação de Graduados e Estudiosos da Filosofia. E muitos “agefilianos” estão no elenco, como Claudemir Cunha, Ilma Santos, Jussara Silva, Cecília Guimarães.

O texto, assinado por Osvaldo André, é uma criação intertextual onde falam vozes expressivas como Agustina Bessa-Luís, Santo Agostinho (áudio de Aparecida Nogueira), Emily Dickinson, Henriqueta Lisboa, António Nobre, Camilo Pessanha, Olavo Bilac, Jaques Prévert, Dantas Mota, Safo, Kaváfis, Mário Faustino, além de textos da religiosidade popular: reza das almas de Carmo do Cajuru, cânticos da Semana Santa, incelências. Resgata-se ainda o hino cívico, o documento de apoio a Antônio Weber Natividade Milagre, documento da história da ditadura, em Divinópolis. A ditadura brasileira é contada pelas Mães da Praça de Maio, que comparecem ao palco, junto às anciãs de um asilo, para contar a história de diversas situações de morte e diante delas se indignar. Outros espaços artísticos são evocados e revistos como uma cena do filme “Fahrenheit 451”. Ou como a cena do enterramento, no romance do chileno José Donoso, “O obsceno pássaro da noite”. O ritmo dramático é pesado, porém emocionante, tenso, impactante, orquestral, sinfônico e muitas vezes cômico. Ponto de convergência de muitas estéticas e experiências cênicas, a do próprio grupo, neste espetáculo, pode-se também admirar o minimalismo e a carnavalização da linguagem.” (Osvaldo André)

Os atores:

Aparecida Nogueira (áudio)

Aparecida Sotero

Izildina Guimarães

Ilma Santos

Valda de Alcântara Martins

Helena Alvim Ameno (atriz convidada)

Jussara Silva

Claudemir Cunha

Paulo Bocca

Marielle Freitas

Luís Antônio Teixeira

Daniel Bicalho

Denise Arantes

Fernando Dâmaso

João Paulo Henrique Ferreira

Lúcia Rodrigues

Maria Júlia Faria

Laurinda Ferreira de Sousa

Mirian de Oliveira Lucas

Veralice Velman

Rosali Henriques

Osvaldo André

Ficha Técnica:

Produção gráfica: PRP Comunicação

Direção musical e trilha sonora: Maria Cecília Guimarães e Valda de Alcântara Martins

Pesquisa musical: Ilma Santos

Assistentes de direção: Luís Antônio Teixeira, Aryanne Souza e Denise Bicalho

Figurino: Capela e Rosana Sara do Amaral

Cenário, maquilagem: Capela

Luz: Marcos Alves

Direção geral e dramaturgia: Osvaldo André

Produção alternativa:

Fora da lei de incentivo, hoje, considera-se uma produção como alternativa, aquela em que se viabiliza apenas o recurso básico para a montagem, com muitas funções graciosas. “Conspirações do corpo” é uma produção alternativa, que agradece aos que tornaram possível a sua realização: Secretaria Municipal de Cultura, Lenir Castro, Unimed, Hospital Santa Lúcia, Arranjo Decorações, PRP Comunicação, Ilha Estúdio, Cop Print, Marta Lima, Conceição Maciel — aos quais o Grupo Capela deu as mãos e se está comemorando o aniversário de 10 anos das Agefil.

Ingresso, local e data:

Os ingressos encontram-se à venda na “Boutique do Livro”. O espetáculo acontecerá no dia 16 de dezembro às 20h, no Teatro Municipal Usina Gravatá.