O Pequeno Príncipe

Este é um livro belíssimo, o terceiro mais vendido no mundo, é uma narrativa em forma de poesia. Aparentemente simples ele pode ser lido por adultos e crianças e compreendido conforme a profundidade de percepção de vida de cada um. O livro começa com um acidente no deserto sofrido pelo narrador, desta forma, já se abrem possibilidades de interpretação pois não fica claro se o aviador está lúcido ou não. O pequeno príncipe então aparece acordando o autor adormecido no deserto e a partir daí se estabelece o diálogo no qual o Príncipe logo conquista a amizade do aviador com sua pureza e simplicidade.

O nosso aventureiro vem de um planeta muito pequeno e por causa de um problema com os baobás que estão crescendo muito ele sai em busca de uma solução. Daí ele visita vários planetas e seus habitantes e dessas experiências vai colhendo muito aprendizado. Ele encontra o acendedor de lampiões, o rei, a rosa, a raposa, a serpente, o geógrafo, o bêbado, o vaidoso, o homem de negócios. Cada um desses personagens representa o emaranhado que nós mesmos nos perdemos sob a pressão social para o trabalho, o acúmulo de riquezas, na corrida contra o tempo, o que nos leva a negligenciar a simplicidade e a pureza das belezas nos dadas de graça pela vida.

A rosa orgulhosa e presunçosa, acha que deve ser venerada só por sua beleza. A raposa chega de mansinho e conquista o coração do Príncipe, transformando-o num grande amigo. A serpente é a representação da maldade evidente, aquela que não tem pudores de abusar da ingenuidade e da pureza. O bêbado foge dos problemas, bebe para esquecer que é bêbado. O rei vive cercado de bajuladores e só dá ordens que os súditos querem cumprir para manter sua autoridade, vive de ilusão. O acendedor de lampiões é um autômato, não racionaliza, apenas cumpre ordens, e assim várias mensagens são passadas pelo livro, levando o leitor a inevitável reflexão . Com quem mais nos assemelhamos? É uma delas.

Desta forma, o livro possui um conteúdo psicológico, filosófico e muito simbolismo. Um dos mais fortes é o fato de logo no início o Príncipe pedir para que o autor desenhasse um carneiro para ele, para que este comesse o baobá em seu planeta. O aviador, não sabendo desenhar um carneiro, rabiscou uma caixa, que deixou o Pequeno Príncipe muito satisfeito. Esta satisfação é justificada pelo fato do menino poder ver claramente o carneiro dentro da caixa, ou seja, ele conseguia ver através das aparências. Essa filosofia do livro se reforça quando ele encontra a raposa, trecho onde está contido uma das suas frases mais famosas: Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos”.

Muitos outros simbolismos estão ao longo da obra, vale a pena descobri-los.

Autor: Antoine de Saint-Exupéry

Andréia Borges
Enviado por Andréia Borges em 16/11/2016
Reeditado em 17/11/2016
Código do texto: T5825476
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