KOBATO episódio 8: A canção de ninar do gatinho

KOBATO EPISÓDIO 8: A CANÇÃO DE NINAR DO GATINHO
Miguel Carqueija


Chegou a hora em que Kobato exercerá a sua bondade também com um animal: um filhote de gato branco, deixado com um bilhete de abandono numa cesta que ela encontra. E mesmo contra a vontade do elemental Ioryogi, que a acompanha em forma de bicho de pelúcia (“Você não consegue tomar conta de si mesma, como vai tomar de um gatinho?”), Kobato resolve fazer alguma coisa. Logo porém sua bondade começa a encontrar obstáculos. No prédio onde reside não se permitem animais de estimação. Ela tenta na creche e obtém a boa vontade de Sayaka, mas logo um dos meninos começa a espirrar, com alergia dos pelos. Fujimoto vai logo avisando ser inviável ficar com o bichano no estabelecimento. Pobre Kobato, ao menos as pequenas gêmeas Chise e Chiho se dispõem a ajudá-la.

Resenha do oitavo episódio – A canção de ninar do gatinho – do seriado japonês de animação “Kobato” (Estúdio Madhouse, 2010). Criação da CLAMP (Ageha Ohkawa, Mokona Apapa, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi). Kobato dublada por Kana Anazawa.




“Se você não puder ir até o fim, não se envolva.”
(Fujimoto)


Kobato, como sempre, tem uma bondade natural que não precisa de complicadas explicações para ser exercida. Para ela, abandonar um bichinho à própria sorte é algo impensável, se ela puder fazer alguma coisa. Muitas pessoas são capazes de ajudar outras pessoas mas, em relação a animais, são frias, indiferentes e desdenhosas. Mas, a bondade deve ser integral. O pragmatismo de Fujimoto e Ioryogi não a convencem. Sua determinação de conseguir um lar para o gatinho a quem deram o nome de Milk (leite) a leva a uma jornada pela cidade, acompanhada por Chiho e Chise, que possuem a bondade natural das crianças.
Poucos seriados investem na bondade de personagens, da maneira como se vê em “Kobato”. É uma série muito especial justamente por causa desse foco que a distingue da cultura de violência hoje bem predominante nas séries de tv.


Rio de Janeiro, 29 de março de 2017.