Fragmentado
Existem vários estilos de filmes, alguns falham em um aspecto indispensável, prender a atenção do espectador. Fragmentado é uma obra grandiosa, capaz de fazer qualquer um sentir-se vulnerável e conectado.
Tudo se baseia em um jovem com TDI, uma das síndromes mais complexas já descobertas. O que dramatiza ainda mais a situação imposta as três jovens sequestradas por ele. Kevin é um homem despedaçado em vinte e três personalidades, cada uma com suas próprias características.
Duas cenas que reúnem o trio de garotas são extremamente importantes para o contexto do filme. A primeira é quando Dennis, a personalidade mais forte de Kevin, aparece pela primeira vez após o sequestro, violento e conservado demonstra traços que as fazem imaginá-lo como um estuprador. A segunda trata em um surto de esperança, que envolve a crença de haver outra pessoa ali, uma mulher, que dialogava com o homem que as aprisionou, quando na verdade, se trata de apenas mais uma de suas personalidades.
A tensão é explorada com leveza, a sutilidade no enquadramento da câmera e a procura por cada feição dos atores já virou marca registrada do diretor. O terror psicológico é posto em prática em dois momentos, ambos transpondo a vida passada dos protagonistas.
É fato que muitos filmes tendem a tornarem-se obras vazias e sem sentido existencial, fragmentado é a união de pontos extremamente marcantes, explorando com qualidade impecável aspectos que nos deixam ainda mais engajados na história. O suspense talvez seja, um dos poucos gêneros capazes de demonstrar o poder das perversidades humanas, sejam elas causas ou consequências.
Nota: 10.