Animais Fantásticos e Onde Habitam - Crítica.

Havia um clima nostálgico na sala de cinema quando me sentei para ver Animais Fantásticos, e logo que o logo da Warner apareceu, percebi que estava retornando, não a história de Harry Potter, mas ao mundo em que ele surgiu. Como foi dito várias vezes antes do filme estrear, essa história é totalmente nova, só que no mesmo mundo. Alguns fãs abraçaram a ideia de retornar ao mundo que aprenderam a amar. Outros disseram que essa nova saga nunca será igual a Harry Potter , realmente não é, e o mais incrível nisso, e que em nenhum momento o filme tentou ser igual ou melhor do que Harry Potter, e é isso que o torna melhor do que o esperado: as diferenças.

Animais Fantásticos e Onde Habitam é o nome de um livro escolar usado pelos alunos de Hogwarts, foi escrito por Newt Scamander que fez várias viagens ao redor do mundo para escrever sobre esses animais. E é justamente essas viagens que os filmes ( serão cinco ao total), pretendem contar. Só que muito mais do que Newt, o filme mostra todo o mundo bruxo na Nova York dos anos 20. A lei do estatuto de sigilo já estava em vigor, e J. K Rowling aproveitou a expansão para abordar temas adultos, como medo do desconhecido, repressão, fanatismo religioso e demonstra uma importante preocupação com representatividade ao colocar uma mulher negra no posto de presidente da comunidade mágica.

O filme sai da atmosfera adolescente que a saga Harry Potter tinha e ganha contornos adultos e muito mais sombrios, surgem alertas ao redor da cidade sobre o avanço de forças do mal, e manter os bruxos na clandestinidade nunca foi tão necessário. Quando chega em Nova York, Newt conhece um trouxa e sem querer troca de maleta com ele após um dos bichos que ele trazia causar confusão em um banco. O caminho dele também cruza com o de Porpentina Goldistein, uma ex auror que foi rebaixada de cargo após problemas com trouxas. Desesperada para voltar a ter prestigio, ela leva Newt ao ministério da magia americano ( MACUSA), para prestar depoimento. E ai que começa a aventura. E quando o filme começa a valer a pena.

Eddie Redmayne está ótimo como Newt e entrega um personagem com uma fisionomia calma e distante, várias vezes o personagem da impressão de estar meio perdido, mas isso é algo que pode mudar com a continuidade da história, e bom, porque Newt e um personagem estranho e complexo, uma vez que tem paixão por animais estranhos, mas acima de tudo um amor e vontade de lutar pelos direitos dos animais , em outra palavras, ele e um Hagrid mais inteligente e com um coração tão grande quanto o guarda caça de Hogwarts. Os personagens secundários também tem seu brilho, destaque para o trouxa Jacob, e dele os momentos de alivio cômico do texto. Jhonny Deep apareceu pouco, mas deixou um incrível gosto de quero mais, e sua fisionomia para o vilão Grindelwald promete um excelente vilão. E a expectativa e grande, afinal estamos falando do maior vilão bruxo de todos os tempos, uma vez que ele veio antes de Voldemort.

Animais Fantásticos e a estreia de J.K como roteirista, apesar da experiência dele como escritora, sabemos que escrever o roteiro de um filme não é a mesma coisa que escrever um livro, nenhum dos dois casos e fácil. Mas ela se saiu bem, conseguiu criar uma história com começo e fim, e nada melhor do que a dona do mundo mágico para explorar mais fundo essa que é uma mina interminável de histórias. David Yates que tem experiência com o mundo mágico ( dirigiu os 4 últimos filmes da franquia Harry Potter), entrega um conteúdo final com excelente imagens e ótimo uso de efeitos especiais. A fotografia escura e antiga do filme cria uma atmosfera de suspense, pontuada por uma trilha sonora de arrepiar. E o retrato da Nova York dos anos 20 deixa tudo como deveria ser, afinal estamos em uma época sem grandes tecnologias, aonde com certeza um bruxo fazendo bagunça no meio da cidade seria bem mais espantoso do que no século atual.

Para quem e fã de Harry Potter, Animais Fantásticos tem uma excelente premissa, traz você de volta ao mundo com que cresceu, e isso é um presente que poucos irão desperdiçar. Mas o filme também agrada quem nunca nem mesmo pegou em um livro do bruxinho, afinal e uma história totalmente diferente, para adultos, adultos esses que cresceram ou não lendo e assistindo Harry Potter. Vale a pena o ingresso. E deixa um gosto de quero mais, o mesmo gosto que os fãs tiveram quando precisaram esperar mais de um ano para ver um novo filme da saga Harry Potter.

Nota: 10 .

CleberLestrange
Enviado por CleberLestrange em 24/11/2016
Reeditado em 21/01/2017
Código do texto: T5833714
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