Oposição

Eu, oposição. Sou oposto ao que se encontra governando meu território. O qual está lá de forma "democrática", consequência da oposição que o poder público tem com a estruturação da educação, devido à oposição que o povo faz ao intuito de mudar a situação do seu ambiente e do futuro. Somos opostos à nos apropriar das nossas responsabilidades para o bem de todos, jogamos no peito de péssimos (porém, representativos) governantes as decisões que decidem como viveremos, o que ganharemos e quanto pagaremos pelo modus vivendi. Aliás, somos opostos à ressarcir o planeta por tudo que extraímos, mostrando nossa oposição ao mote de todo ser vivo dito irracional que tenta repôr o que extraiu. Aliás, somos opostos ao futuro da nossa própria estirpe, alteramos o norte da biosfera, nos opusemos a nossa própria identidade, somos meros bípedes a caminhar sobre quatro patas, negando sua própria raiz, mero aprendiz.

Oposição ao que nos cega, ao que muito se vê, atenção ao que nos nega e que nessa ordem nos faz crescer. Se oponha ao individual e ao momentâneo, se apanhe no ventre do solo, na raiz, no cerne, nas entranhas. Sem medo de errar mas com muito desapego à de se forrar, para oposição encontrar ao teu modelo vulgar, de ser rico e apenas ostentar, não construir e de tentar governar, mude meu caro, há de se presentear, com mimos de valor raro, para sempre se lembrar. Valorize a oposição, pois o comum é ligeiro, fulgaz como um olhar no tiroteio, mordida que dói lá fora, nosso bordejo. Oponha-se á noticia correta, pois se foi escrita para você entender assim, não contém a verdade, delação incerta. Eu me oponho a você, caro leitor, o qual colhe estas letras com teu julgamento, não com amor. Amor este, oposto ao way of life da massa tupiniquim, que olha de frente o inimigo, porém avista de lado a veracidade do que lhe conforta, ora, que arlequim. Quero apenas escutar o outro lado, sem converter isso em um pecado, esquecendo modismos de lado e aprendendo com o legado que nossa estirpe tem calcado. Me oponho ao enfraquecimento dos meus opostos, que a esquerda fixe os olhos, que a direita ceda os poços, já no centro, que fique o povo, e que o mesmo não fique espremido, pois sim estendido ao lastro que o acometeu. Brotamos nesta terra bem rica, oposto ao que justifica, este presente á nossa índole, uma bica vazante e tenra aos seios de quem suplica, buscando achar o sentido da vida, ora, que titica. Oponha-se a você, veja teus olhos ao espelho ao acordar e pergunte... Ao que me oponho agora? Se quiser, finja e se oponha ao medo que cerca e torna as flores mais coloridas, porém frigidas ao intuito da vida. Vida oposta, que tudo mostra aos olhos que não querem ver. Ai este soberano, que mistifica seu rumo, que se opõe ao seu prumo e esquece o seu plano, quebra mas não enverga, quer ser planta vadia mas esquece que é ramo. Ora meu oposto, quero chegar até você, dizer por assim dizer, que teu provento é meu rebento, mudo conforme teu momento, o que tu julgas um mito, eu passo em um pito, de um fumo passado, rustificado. O oposto do que tu pensa é só tormenta, enxuga teus olhos com pimenta, e tenta, ver o mundo como recompensa, do que tu ainda há de doar. O oposto deste contragosto é o suplício do teu penar, que tu há de julgar e não desviar dos percalços deste trilhar. Abrigue-se no oposto deste incesto, não arrume desculpa meu grande amigo honesto, que se julga brasileiro modesto e é cúmplice de todo esse boçal manifesto. Me desculpe meu caro, mas me portei aqui, sendo oposto ao que sempre preguei, oposto ao que sempre escutei, mas acordado com o que sempre sonhei. A verdade é oposta ao "verdadeiro" progresso de uma nação, então por que não agir e começarmos um processo de desconstrução, e nos aplicarmos na apropriação, deste bem palpável que é ser cidadão. Eu sei bem que ter opinião, é fácil, se aprofundar em alguma questão, nem tanto, mas buscar nisso tudo uma razão, é para poucos, mas que poltrão!

Leonardo Pitanga
Enviado por Leonardo Pitanga em 20/10/2017
Reeditado em 16/12/2018
Código do texto: T6148495
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