A DISMISTIFICAÇAO DAS IDEOLOGIAS DOMINANTES NAS ESCOLAS PUBLICAS

FCE – FUTUROS CONSULTORIA EDUCACIONAL LTDA

CNPJ – 09.578.050/0001-25

Praça Dionísio Cerqueira, 174 A, Centro Castro Alves-

NUPPE – Núcleo de Pesquisa e Pós Graduação e Extensão

SELMA IRAIDES DOS SANTOS SILVA

PROJETO DE PESQUISA:

A DESMISTIFICAÇÃO DAS IDEOLOGIAS DOMINANTES NAS PRATICAS PEDAGÓGICAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO ALTO DA LAGOINHA

UBAIRA

2014.

SELMA IRAIDES DOS SANTOS SILVA

PROJETO DE PESQUISA:

A DESMISTIFICAÇÃO DAS IDEOLOGIAS DOMINANTES NAS PRATICAS PEDAGÓGICAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DO ALTO DA LAGOINHA

Projeto de pesquisa solicitado pelo docente Antonio Ribeiro Fagundes, para avaliação parcial da disciplina de PPP III, elaborado pela discente Selma Iraides dos Santos Silva como requisito para avaliação parcial do semestre.

UBAIRA

2014.

"A escola precisa ser reencantada, encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria. Existem escolas esperançosas, com gente animada, mas existe um mal-estar geral na maioria delas. Não acredito que isso seja trágico. Essa insatisfação deve ser aproveitada para se dar um salto. Se o mal-estar for trabalhado, ele permite um avanço. Se for aceito como uma fatalidade, ele torna a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar, pensar e criar".

Moacir Gadotti

INTRODUÇÃO

É importante saber que lidar com questões ideológicas faz jus à grande polêmica da política inserida nas escolas, neste sentido apresentar um projeto de pesquisa que vislumbre esta temática trará uma reflexão sobre as condições que se encontram os educandos e educadores no espaço escolar e como as ideologias dominantes estão presentes.

Desde o inicio da história da educação se vem repensando os métodos e as praticas de ensino que permeiam a aprendizagem, o proposito do que se ensina e para quem se ensina. Com isso, este projeto tem como objetivo primordial a reflexão sobre o ato de ensinar e o nível das propostas pedagógicas como instrumento de ensino ou de ameaça para os educandos.

A escola é um espaço de interação entre aluno/sociedade/mundo, por isso se faz necessário uma verdadeira reflexão sobre o que está por trás do ato de educar e de aprender. Segundo o professor e educador Paulo Freire (1986) em seu livro a Pedagogia do Oprimido deixa claro que é preciso humanizar as escolas para que a aprendizagem aconteça de forma natural e democrática.

Repensar a sala de aula é notoriamente uma forma de se repensar as praticas pedagógicas, assim, não há que se esquecer das diversas maneiras que os educandos têm de relacionar conteúdo e necessidade de aprendizagem.

As escolas precisarão rever a sua postura, pois os alunos são outros, os educandos, muitas vezes, continuam educando como se os alunos não houvessem mudado, os educadores não se percebe neste mundo mais dinâmico e característico de um mundo mais letrado, menos passivo e muito necessitado de informações rápidas.

Logo, não se pode pensar em educação sem pensar no ato democrático e humanizado de educar, por isso, é fatídico pensar em quem se pretende educar, como educar e quem se pretende educar.

LEVANTAMENTO DE LITERATURA

A pensar a educação como único meio de transformar a realidade daqueles que necessitam de auxilio para adquirirem habilidades no processo de ensino aprendizagem, se faz urgente uma nova percepção do ensino numa perspectiva de mudança de consciência daqueles que estão inseridos na escola.

Estar no processo de educar permite que nos tornemos responsáveis pelo futuro de uma nação, essa realidade é notória através de novas metodologias, a postura do educador nesta situação é muito importante, pois não é fácil inserir pessoas que neste processo que não se sentem parte deste processo.

Paulo Freire, um dos maiores educadores, desenvolveu métodos que, durante décadas, foram utilizados para educar os jovens e adultos. Percebe-se nestes métodos a oportunidade de inseri-los no mundo alfabetizado e letrado, permitindo que estes estejam engajados nas mudanças que ocorrem à sua volta.

A pedagogia tem de ser forjada com ele (o oprimido) e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará.

(FREIRE. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.)

Assim, como define Freire, a educação deve ser utilizada para libertação, e isso acontecerá quando os educandos souberem diferenciar o seu opressor do que o oprime, então estará pronto para exercer de forma lúcida o seu papel de cidadão para compreender os seus direitos e os seus deveres. Não cabe mais neste cenário a educação bancária, na qual o educador acredita que o aluno nada sabe, é um papel em branco e precisa ser preenchido por alguém que acredita saber tudo.

O educando precisa ter uma educação que problematize, o faça refletir e perceber o seu lugar no espaço escolar e o quanto este o fará ainda mais engajado nos problemas do seu dia-a-dia e se posicione como co(autor) de sua realidade.

Para muitos, a educação não é mais que um processo feito para satisfazer os interesses daqueles que ditam as regras (o sistema), mas é o professor-alfabetizador que terá a missão de mostrar aos seus alunos o quanto esta oportunidade é importante para torná-los cidadãos conscientes e participativos da vida letrada que o cerca.

Segundo Althusser:

[...] os AIE não são a realização da ideologia em geral, ou mesmo a realização sem conflitos da ideologia da classe dominante. A ideologia da classe dominante não se torna dominante por graça divina, ou pela simples tomada de poder do Estado. É pelo estabelecimento dos AIE, onde esta ideologia é realizada e se realiza que ela se torna dominante. Ora, esse estabelecimento não se dá por si só, é, ao contrário, o palco de uma dura e ininterrupta luta de classes: antes de mais nada, contra as antigas classes dominantes e suas posições nos antigos e novos AIE, em seguida contra a classe explorada (ALTHUSSER, 1980, p. 100).

Por isso, há que se pensar em uma educação mais democrática que sirva para os alunos realmente se tornar cidadãos e não apenas repetidores de conceitos, o conhecimento deve ser utilizado para a preparação do aluno para a vida e não apenas para satisfazer a vontade daqueles que acreditam pensar educação, mas apenas defendem seus interesses.

Os educadores devem estar mais atentos em suas posturas em sala de aula, pois eles podem estar reproduzindo aquilo que o aparelho ideológico espera, até mesmo sem perceber.

Não se pode pensar na educação da mesma forma que se pensava, há anos, uma vez que esta tem em seu currículo perspectivas diferentes, pois o público alvo tem outras pretensões. Faz-se necessário uma humanização da escola, para que esta seja de fato um espaço de letramento e não apenas mais um espaço que formará analfabetos funcionais que servirão de objetos de manobras para interesses políticos e escusos, possibilitando uma educação que, na verdade, não educa, mas manipula, esconde, persuade e oprime tanto os alunos quanto os educadores.

Portanto, não haverá educação enquanto não houver consciência do quanto é necessária uma nova postura no ato de educar para uma clientela necessitada de uma educação diferente, voltada para um público diferenciado, cheio de novas ideias, anseios e percepções de mundo equivocadas.

PROBLEMA DA PESQUISA

Um grande problema gerador dos conflitos da educação e se não o único é a maior preocupação com a leitura e não com a escrita de forma autônoma, mas a escrita forçada, cópias intermináveis que talvez nada tenha contribuído para o desenvolvimento das crianças da primeira infância, isso pode ter gerado o grande problema da educação que é a possibilidade dos alunos de não ser escritor/leitor, mas meros copistas.

Uma constatação, muitas vezes, angustiante é perceber que os pais não têm muita informação quanto a real função do professor na educação e cobra deste uma postura mais enérgica quanto ao seu filho para que este possa aprender a ler e a escrever precocemente, pois fica parte do tempo comparando seu filho com o do vizinho e espera deste um desenvolvimento semelhante.

 Por que os professores insistem em se sentirem controlados pelo estado e fazem apenas o jogo dos que detêm o poder?

 Quando se fará uma educação voltada para o educando e não para obedecer a desejos de elites burguesas?

 O que realmente os professores têm como sistema?

 As escolas públicas estão preparadas para este novo público que necessita de uma educação mais dinâmica e professores mais preparados?

HIPÓTESE

A priori o grande problema da educação está em não aceitar que a única responsável pela mudança no ato de educar é a escola e os envolvidos neste espaço que é o único propicio para educar de forma sistemática.

Vale salientar o grande proposito da educação que é formar cidadãos críticos conscientes de seus direitos e deveres, e isso acontecerá quando os professores estiverem mais preparados para aceitar os grandes desafios de educar e não se sentirem coitados incapazes de realizarem a tarefa a qual escolheram de forma espontânea e cientes de seu papel e sua importância social e educacional.

A resposta para uma educação mais dinâmica, acessível e democrática é uma nova postura do educador, pois este precisa estar atento para as mudanças e o novo público que a escola recebe, neste mundo da informação estar pronto para lecionar é antes de tudo reconhecer que não se sabe tudo e que o grande mérito deste novo educador é a pesquisa, a aceitação do novo, do diferente e, acima de tudo reconhecer que o que sabemos torna-se obsoleto muito rápido.

OBJETIVO GERAL

 Repensar a educação como o momento crucial para a formação de escritores/leitores no processo de alfabetização, possibilitando a construção de conceitos, cidadania, ética e o processo de escrita a partir de uma visão socioconstrutivista.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Adequar a realidade da criança a sua inserção na escola e os novos conhecimentos adquiridos pela mesma.

 Narrar a própria história a partir da escrita e da visão de mundo que a escola desperta na criança.

 Construir e reconstruir as diversas possibilidades de conhecimento e aprendizagem que a escola possibilita.

 Estabelecer critérios de observação à criança para que esta produza textos de forma autônoma e livre despertando nesta o deseja pela produção textual.

 Posicionar-se como construtores de uma nova nação com conhecimento libertador e plena consciência de sua cidadania.

JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se pela necessidade de se repensar as praticas didáticas permeadas pelas dominantes, muitas vezes denominadas pelos educadores como “sistema”, e isso impossibilita que estes se percebam como multiplicadores de conhecimentos e continuem apenas reproduzindo aquilo que os opressores querem.

Não há que se esquecer do quanto à escola é essencial na formação de opinião e no senso de cidadania que tanto se busca na percepção de um mundo mais humano. Pensando neste processo se faz importante uma nova consciência do que educar para a vida e para a cidadania, infelizmente as pessoas ainda acreditam que a função da escola é ensinar a ler e escrever.

Posto que a educação esteja além de uma sala de aula, se faz necessário um olhar mais crítico e inovador a respeito do papel da educação. Nesta perspectiva a escola tem uma nova função que permite ao educando ver o mundo como seu, e não como mero coautor de sua história.

Os professores precisam se perceber parte maior deste sistema que pode e deve mudar a realidade daqueles que estão inseridos no processo de escolarização. O estado tem parte nisto, mas o ambiente escolar se faz com aqueles que de fato são responsáveis pelo ato de educar.

Segundo Louis Althusser,1998 em sua obra aparelhos ideológicos de estado, o Estado é um aparelho repressor, por isso se faz jus repensar a educação como um espaço para a liberdade, uma vez que o conhecimento deve nos tornar livres.

Desta forma, não se faz educação a partir do ponto de vista do que um ou outro espera, mas com sabedoria, paciência, sapiência, e principalmente, cidadania, pois tornaremos os educandos parceiros do ato de educar e não meros coautores.

METODOLOGIA

Para que o presente trabalho seja realizado será necessária uma intensiva observação in loco, afinal, sou também responsável social do objeto de pesquisa, pesquisa de campo com entrevista sob a forma de questionário e registros fotográficos do cenário pesquisado.

Haverá, então, uma análise dos dados coletados em fontes bibliográficas, para desta forma contrapor com os dados fornecidos pelos envolvidos no processo, pois falar de educação englobará todos da comunidade que além de estarem inseridos nesse processo, também estão envolvidos no processo de mudança de postura na consciência do que é se educar e participar da vida ativa de sua comunidade.

Este processo de coleta de dados permitirá uma análise mais profunda dos problemas que acontecem nas escolas de Ensino Fundamental I e II do povoado do Alto da Lagoinha, na cidade de Ubaira, pois será feita uma abordagem histórico-social dos principais fatores que contribuem para a constatação de um processo social que merece uma atenção especial das autoridades e das politicas públicas.

Assim, fica registrado que este projeto foi desenvolvido a partir de pesquisa de campo, análise de dados, questionários, estudos bibliográficos e um contato direto do pesquisador com o objeto pesquisado para uma maior constatação, dando veracidade aos fatos coletados.

CRONOGRAMA – Mês de outubro

2014.

1ª SEMANA 2ª SEMANA 3ª SEMANA

Elaboração do plano de pesquisa. Produção dos elementos pretextuais. Entrega do projeto.

Leitura superficial dos textos Elaboração do projeto de pesquisa.

Pesquisa bibliográfica

RECURSOS

Para a elaboração deste projeto de pesquisa foram utilizados:

Material de consumo: folhas de sulfite, lápis, caneta, borracha, caderno,

Material permanente: computador, impressora, cartucho à tinta, impressão, scanner, pen drive, notebook.

REFERENCIAS

Althusser, L. P. Aparelhos Ideológicos de Estado. 7ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1998. ___. ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado. Posições 2. Rio de Janeiro: Graal, 1980.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GADOTTI, Moacir. Educação e Compromisso. Campinas: Papirus, 1985.

SELMA IRAIDES
Enviado por SELMA IRAIDES em 21/08/2017
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