Full Moon 3: a origem do amor

FULL MOON 3: A ORIGEM DO AMOR
Miguel Carqueija


Resenha do volume 3 do mangá “Full Moon o sagashite” (À procura da Lua cheia), de Arina Tanemura. Editora JBC, São Paulo-SP, 2009. Editora Shueisha, Tokyo, Japão, 2001.

A delicadeza de sentimentos é o apanágio do mangá “Full Moon”, a história da doce menina Mitsuki Koyama, de 12 anos. O fato dela amar um garoto um pouco mais velho e que saiu da sua vida (Eichi) define a trama, onde shinigamis (espíritos da morte conforme crenças japonesas) hesitam em levar ou não levar a menina, que deveria morrer aos 13 anos. Aos poucos os quatro shinigamis envolvidos para acompanhar a existência de Mitsuki e cuidar para que a programada morte aconteça, vão se deixando tocar pela bondade e pureza da garota. Por outro lado, com relação ao amor precoce da Mitsuki, sabe-se que pré-adolescentes conseguem amar precocemente, em geral de forma platônica e inocente, e este é o caso da Mitsuki, não havendo sexo envolvido de modo que a história é bem limpa.
As cenas do passado (recurso frequente nos mangás) conta como Eichi morava num orfanato e fica sabendo da próxima chegada de Mitsuki. Alguém lhe diz que ela havia sido maltratada no outro orfanato de onde viera, e na sua ingenuidade, ao tentar imaginar o que havia acontecido, ele só consegue pensar: “Provavelmente roubaram os seus sapatos e pisaram em seu calcanhar”.
Mas aí o tempo passa, os dois crescem e um belo dia Eicho se declara a Mitsuki, que assustada não corresponde, só para descobrir no dia seguinte que ele iria embora para os Estados Unidos – e eles nunca mais se vêem. Apenas se despedem, e Mitsuki lembrará sempre as palavras do amigo:

“Mitsuki, os Estados Unidos não ficam tão longe assim. Agora, vamos fazer uma promessa. Quando nos reencontrarmos, estaremos mais próximos de realizar os nossos sonhos. O meu, de ser astrônomo. O seu, de ser cantora.”

Rio de Janeiro, 6/7 de fevereiro de 2017.