Observo esta borboleta,  voando livremente entre as flores do campo,  sem pressa de chegar, sem pressa para pousar… Tão frágil e indefesa, ela não tem nada, nada possui, porque nada deseja,  a não ser viver… Contudo,  é a dona do mundo: tem a brisa que a acaricia; o sol que a aquece; as flores que a alimentam… A natureza é tão frágil e tão forte em beleza!



O TEMPO PASSA LENTO
 
O tempo passa lento
Para quem vive
Sem alegria,
Sem alento,
Contando horas
Que se repetem
Sem ver chegar
A noite
Ou apenas mais um dia?
Na contagem regressiva,
A imensidão das horas
Nas asas do pensar,
Nas garras
Do longínquo firmamento,
O tempo não quer passar
E, ao mesmo tempo,
Foge em cada passo
Que tentamos dar...
O tempo passa lento
No vento do entendimento
Que os olhos e a alma
Não conseguem alcançar.
Castiga o coração,
Esconde no peito a emoção
Abafa os sonhos,
Que querem chegar.
À saudade não dá guarida
Oculta-a na solidão,
Até ao dia da partida.
E eu deixo-me voar
Como serena borboleta
E parto,
Sem hora nem lugar

Para voltar...
Tempo, tempo!
A noite não tarda,
Há tanto caminho
Ainda para andar!
E deixo-me ir contigo...
Devagar...
 
Para o belíssimo poema  «POEMINHA DE DENTRO»
da
brilhante poetisa Ana Lago de Luz


Ana Flor do Lácio
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 01/04/2012
Reeditado em 01/04/2012
Código do texto: T3587796
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