O retrato
Queria que você ainda fosse a mesma criança
Pra eu te amar novamente.
Queria encontrar o mesmo sorriso em seu rosto;
Quem sabe tudo seria diferente?
O retrato amarelado diz que o tempo passou rápido demais
E sequer me esperou... E eu fiquei para trás.
No entanto seus olhos não perderam o brilho;
Continuam iluminando meu estranho caminho.
O coração congelou e a alma partiu arrastada pelas águas do rio...
E eu fiquei só. Eu e você no retrato amarelado.
O sofá marrom, seu short curto e camisa xadrez.
Deixe-me mentir que você é a mesma criança
Deixe-me inventar qualquer esperança...
Porque o sol ainda toca teu rosto
E o céu finge não ver tantos desgostos.
Eu ainda posso ouvir a chaleira apitar
E posso ouvir suas risadas no jardim.
Não! Não jogarei seu retrato na fogueira.
Te esquecer? Nem que eu queira!
Um anjo sempre vem me ver, larga meu cálice de fel e vai embora;
Já nem olha mais em meus olhos; Cabisbaixo, chora do lado de fora...
Enquanto eu fico só... Eu e você no retrato amarelado.
Eu e você e um coração despedaçado...