REALISMO MÁGICO
A sociedade industrial exige das pessoas uma postura mais racional do que sentimental. Vivemos na era do capitalismo financeiro e da alta tecnologia. O mundo globalizado está assentado na oportunidade do lucro imediato e na velocidade da informação. Por isso, mais do que nunca, as artes são atividades vitais, na medida em que doam um coração a um mundo que privilegia o cérebro, e que prioriza a linguagem fria e previsível dos números e das máquinas.
Nunca é tarde para repensar a vida, pois cada dia é uma oportunidade para criar novas maneiras de ver o mundo e adaptar-se a essa nova visão. A dinâmica das mudanças é uma necessidade existencial. No processo de adaptação às mudanças, focado na conquista da realização pessoal, é imprescindível ao artista o investimento de credibilidade no potencial criativo, embasado no entusiasmo que impulsionará o desenvolvimento do talento artístico que jaz latente na alma. Os sentimentos têm magnetismo. Portanto, atraem as pessoas e as situações que estiverem na mesma sintonia, ao mesmo tempo em que afastam aquelas que não forem afins. As ciências impactam a realidade, enquanto as artes completam a vida.
O possível e o impossível caminham juntos no realismo mágico, que apresenta o mundo em duas dimensões: racional e mágica. Na dimensão racional, admite a primazia da matéria sobre o espírito, apresentando um mundo obediente aos preceitos da lógica. Na dimensão mágica, permite a prevalência da imaginação sobre a realidade, apresentando um mundo fantástico. Enquanto a primeira contenta-se em racionalizar o palpável conhecido, a segunda arrisca um mergulho nas águas profundas do insondável desconhecido.