Sou a Discriminação

Por: Reijane Brasileiro Garcia

Em 07/04/2017

Olhe,

Estou aqui para falar de algo tão comum que acontece na vida de muitos e que passa despercebidos pelos que estão à sua volta, A Discriminação. Ela visita aqueles que não tem, segundo aqueles a praticam, defesas.

Sou a discriminação, pedi para falar, não tenho força se não me usarem, mas quando me usam eu ganho vida e poder. Mais do que ninguém compreendo a fundo, àquele, ao qual subjugo. Sinto o queimar dentro dele a dor que dilacera seu peito. Sou aliada da mentira, e do preconceito, do engano e do lodo, dos interesses materiais e mesquinhos. A hipocrisia é em mim a astúcia maior, que fere crudela e embasa as minhas próprias teorias em perseverar na mente daqueles que me adotam, excluindo o excluso, amedrontando-o e o tornando cheio das defesas perdidas nas sombras da dor, incauta, dos velados pela "causa" do direito que não é cumprido... pelos que podem mais um pouco, ou os que detém o poder. E aqueles que sentem no íntimo as farpas frias da segregação, que é um ato "meu", se distinguem pelos caminhos que tomam diante da imposição, fragmentando a totalidade externa e integrando a alma no auto conhecer-se de estranha satisfação e deleite, descobrindo em si a essência maior que transcende tudo que é material e passageiro, ignorando o ato meu, superando o que pra muitos é insuperável. Então ele se firma no mundo agregando o bem estar consigo mesmo, autonomia, independente do fator discriminante, despojando-se do que é inútil e despindo-se de "mim", lembra sou a discriminação. Assim eu que me sinto discriminada. Que paradoxo! Alguns outros, tomam o caminho do desespero da criminalidade e da violência dolorosa e fugidia, como num transbordar das fibras do eu, quem sou?! Não sou nada? Porque me tratam assim, que mundo injusto, pouco me importa, não tenho nada a perder!. Nestes a minha vitória é garantida. Porém andei refletindo e compreendi que eu não levo a nada, quer dizer que levo a muito, muita dor. E hoje, até eu, que sou a discriminação, estou rogando a todos que parem, o limite já foi ultrapassado, nem eu suporto mais essa dor alheia! Parem se até eu mudei, vocês podem mudar!

Todo mundo em qualquer momento da vida sofreu em menor, insignificante ou maior grau, a discriminação na própria pele. Porém quando ela é grande tem uma capacidade destrutiva por causa da percepção de não se sentir pertencente, a fragilidade humana, mostra que o que discrimina e o que é largado, deixado de lado, excluído, sintonizam no mesmo canal, que é o da insegurança e do medo, da tortura lacerante da comparação, por se julgar melhor ou pior que o outro.

Eu sou a segregação e posso mudar para inclusão, o não julgar, o amparo o perdão...estou aqui para dizer que todos podemos mudar, para melhor, é claro!

O amor não precisa ser seletivo. O amor sempre acontece, quando o nosso coração se enternece de compaixão pelo nosso próximo. Vamos fazer uma caminhada pela paz. Hoje fiquei sabendo de mais um dos horrores da nossa condição humana, ainda imperfeita. A bomba na Síria, meu Deus, quando vamos substituir as guerras pelo o amor?! E as guerras na calada da noite, dos países como a África, que não ficamos nem sabendo. Quando isso se torna uma rotina e as pessoas se acostumam com tais noticias, é lamentável pois aqueles que estão sentindo na pele não esquecem e se entregam, pois não podem mais lutar pela vida ou pelo alívio de suas dores, tudo consequência da irracionalidade, do egoísmo e luta pelo poder, pelo domínio do mais fraco. Que espécie humana estamos nos transformando, essa em que nos tornando cruéis, ontem e que hoje muitos pensam que é melhorou? Quando na verdade, seria para nós tornarmos mais fraternos! Vamos rogar a Deus a paz no mundo. Quem pode ficar indiferente a tanta dor, só porque ela não lhe atingiu em cheio. É lamentável, não alcancei a integridade interior dos homens elevados espiritualmente para não ser conturbada no meu íntimo. Só uma coisa me apaziguado o coração. É de saber que a morte não existe e que o corpo arde em dor mas a alma, ah a alma! Essa transcende perfeita em sua essência e sobrevive após a morte, só o corpo perece.

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Reijane Brasileiro
Enviado por Reijane Brasileiro em 22/06/2017
Reeditado em 25/07/2017
Código do texto: T6034119
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