Somos aquilo que amamos?
 
     A existência das pessoas vai além daquilo que é amado. É também integrada por experiências, medos, escolhas e ironicamente por parte daquilo que se odeia ou rejeita.
     Através das experiências o homem é lapidado paulatinamente, elas vão definindo, por exemplo: se o Samba é melhor que o Rock, se a simplicidade é melhor que o orgulho e se ler é melhor que dançar, entre outras particularidades de cada individuo.      O medo se origina das escolhas que somos obrigados a fazer durante nossa vida. Ninguém nasce sabendo que o fogo machuca até presenciar ou sentir a queimadura em sua própria pele.
     Os medos por sua vez, apesar de ser importante para a sobrevivência, limitam o indivíduo. O temor de não ser amado faz o com que o outro endureça o coração, e acaba por interferir nas escolhas que definem o que será o seu amanhã.
     Todos, ou melhor, a maioria da população têm algo em si que não gosta, odeia, seja na questão estética ou da personalidade (a impaciência, a desordem).
Por fim tudo isso faz parte do ser e como somos sociáveis, um dependente do outro.      As experiências geram os medos que definem as escolhas, e nos fazem optar por amar ou odiar. Assim somos mais do que aquilo que amamos.
 
 Dulciene Lopes