Amor

Sentado na sua cama olhava para o copo vazio, havia terminado sua bebida, e agora? Sentia-se tão quase tão vazio quanto o copo.

Sentiu frio, um vento gelado havia entrado pela janela, aquilo ajudava a recobrar sua sobriedade, que estava por um fio por conta das bebidas fortes que andara tomando aquele fim de tarde, desistiu de fecha-la, e soltou seu corpo na cama.

Acordou um tempo depois já noite, começou a virar-se na cama, não se sentia bem, com isso decidiu sair, levantou-se da cama, pegou o casaco e saiu.

Já não estava mais tão frio agora, estava agradável para um passeio, mas para ele esse fato tornou tudo um tanto melancólico, olhava para o celular a cada momento, aquela ligação não atendida não saia de sua mente, fazia cinco meses que se desculpara com Kim, e nem pensava mais nela, estava ate conversando com outras garotas, mas aquela ligação trouxe tudo de volta.

-No fundo eu apenas me iludi, eu não a esqueci de forma alguma, somente tranquei tudo dentro de mim. Possivelmente com mais um pouco de tempo a teria esquecido completamente. Será que nada pode sair da forma planejada? MAS QUE ODIO!

Enfiou novamente o celular no bolso da calça e foi andando olhando para cima, sentia-se a ponto de explodir, dobrou a esquina, o celular vibrou, colocou a mão no bolço, e neste momento olhou para o restaurante, era ela, com o celular na mão, no visor do seu apareceu seu nome.

Continuou olhando a jovem, ela parecia triste, olhava aflita para a tela, mas ele tinha medo, pensava que estava forçando-a a ama-lo, não queria perde-la, queria ter feito tudo certo na primeira vez, será que tudo foi culpa dele? Por que o amor não podia ser fácil?

Nos seus olhos a imagem dela não seria mais projetada, por que o amor doeu tanto, e voltava a doer de forma mais intensa agora? Mas o momento da despedida machucava muito e muito mais, por que tudo não continuava daquela forma, a forma quando se confessou? A ligação foi encaminhada para a caixa postal, ela desligou, e olhou para o lado, logo depois ele apareceu, Matt, sentou-se em sua frente e serviu-se com a bebida.

“Como gostaria que me amasse, e que volta-se aos meus abraços, que me beija-se, e assim sentir sua pele macia e delicada, suas mãos quentes tocando meu rosto, me aquecendo! A culpa foi minha, toda minha!”

-O amor não acabou!

Sussurrou para ele mesmo e deu meia volta, indo para sua casa, colocou os fones, mas parece que todas as músicas o lembravam dela, dos momentos que passaram juntos, eram tantas lembranças, desistiu da música, guardou o celular novamente no bolso do casaco, ele vibrou, era uma mensagem.

‘Por favor, me ligue quando puder!’

-DROGA!

Arremessou o celular em direção ao lago, que afundou, por um momento quis que fosse ele.

Soube que o amor pode doer quando se da espaço para te consumir, quando ele fala mais alto e domina sua razão, quando o ‘x’ entra na palavra ‘enamorados’.

Emi Nagai
Enviado por Emi Nagai em 31/10/2016
Código do texto: T5809104
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.