QUEM FAZ A DIFERENÇA?
Guida Linhares 

Adoro dormir, mas tive que acordar cedinho pra fazer um exame de saúde rotineiro, marcado pras 7,10 horas e já haviam se passado uma hora e nada de ser chamada. Sou calma mas é claro que reclamei e até apelei para o atendimento prioritário, mas depois do que vou relatar, concluí que nada acontece por acaso. 
Sentada na sala de espera, sem o celular e folheando uma revista, vejo entrar um senhor muito simpático, sorrindo e dizendo a todos bom dia, cujo retorno foi frio, já que apenas uma pessoa respondeu, outras sequer olharam pra ele, enfiadas em seus celulares. 
Estava acompanhado da filha, sentou-se ao meu lado e logo disse: - As pessoas não gostam de dar bom dia. Respondi que geralmente no interior as pessoas se cumprimentam umas às outras.
E logo uma terceira pessoa entrou no papo dizendo que desistiu de dar bom dia até para os vizinhos do prédio, porque não havia retorno.
O senhor de fisionomia muito alegre, com olhos brilhantes, tal qual um menino, contou que era libanês e veio cedo para o Brasil e agora nos seus 87 anos, a saúde andava a ratear, porém a vida continua.
À nossa frente, dois quadros na parede. Um mostrava um caminho entre arvores, de tons acinzentados e o outro um banco ocupado por duas pessoas de costas, situado em frente à Torre Eiffel.
Ele realçou a beleza dos dois quadros, ao que respondi que podiam ser coloridos e ele retrucou: - Quem colore são nossos olhos. 
Achei genial. De repente ele estava observando a sala toda, as janelas de vidro e aspectos do ambiente e me disse que havia trabalhado com a construção civil e todos os detalhes das edificações eram muito preciosos e que gostava de apreciar, já que a vida continua.
Enquanto conversávamos ele falou cinco vezes a frase - A vida continua....o que me fez dizer a ele quando nos despedimos: - Que o menino que vejo em você esteja sempre com olhos de ver beleza e a certeza de que a vida continua aqui, ali e acolá. 
Finalmente entendi porque não fui atendida no horário.Precisava conhecer este libanês chamado Naman que me mostrou a diferença que uma pessoa pode fazer, quando espalha entusiasmo e alegria por onde passa.
E como diz o meu amigo coaching Fábio Luiz Salgado:
-  "As pessoas SÃO a diferença!"

Santos/SP/Brasil 
29/09/15

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