A questão do agente de saúde na economia de recursos públicos e privados.

O agente de saúde é de suma importância na administração pública eis que é responsável por manter um elo entre os interesses da comunidade e o interesse do poder público.

No entanto, há várias correntes políticas, mobilizações, dentre outras que tentam extirpar a figura do agente de saúde por manter uma suposta semelhança com os técnicos de enfermagem e/ou com outros profissionais de saúde. Assim haveria uma redundância nos misteres a serem desempenhados nas unidades básicas de saúde, mas este não é o caso, senão vejamos:

Em princípio há de se imaginar um maior gasto para com a capacitação, pagamento e custos de EPI dos agentes de saúde, mas estes profissionais podem, de um modo reverso, ser responsáveis diretos ou indiretos na economia de recursos públicos, já que trabalho com a questão da medicina preventiva.

Há diversos estudos que podem ser consultados em diversas fontes fiáveis que o foco da medicina preventiva tem por foco na redução de gastos com equipamentos, remédios e outros custos já que um paciente devidamente instruído poderá evitar diversos tipos de mazelas e outros males.

Um paciente bem informado sabe que a prevenção é o melhor remédio e que traz bons resultados. Obviamente existem as redes sociais que podem ser usados para ser reforçados comportamentos positivos a saudáveis, bem como há as devidas informações nos diversos sítios eletrônicos que podem reforçar as práticas positivas. Mas vale destacar também que há muita desinformação e muitas vezes essas informações são repassadas por pessoas não capacitadas.

É nesse contexto que surge a figura do agente comunitário da saúde que é um membro da comunidade e que é compromissado em repassar tais informações de um modo ativo. Vale destacar igualmente que mesmo que a maioria das pessoas usa as redes sociais, mas não é sinônimo de totalidade.

O agente de saúde como um membro da comunidade vai além das informações fria, calculista e distante da realidade cultural e, com a sua bagagem e vícios humanos vai decodificar as mensagens e transmitir de modo a colocar em prática a medicina preventiva.

O agente de saúde não tem apenas a sua família nem visita famílias, mas faz parte de várias famílias como uma pessoa que não sabe mais, mas aquela pessoa compromissada em melhores resultados e condições para as famílias pelas quais faz parte. É tipicamente a atitude de um irmão mais velho.

Entre as informações que são repassadas a todos aos poucos vão surtindo resultados: É o seu João que fumava bastante e que parou de fumar e por isso evitou um mal maior que poderia ser uma futura internação; ou ainda, o seu Francisco que é proprietário de uma moto e que gosta muito de beber e que é orientado a não misturar a sua paixão por bebidas com a direção perigosa, e assim, vai deixar de ser internado.

Aos poucos os resultados vão aparecendo e a medicina preventiva vai gerando resultados. Por estas razões, vai gerando uma enorme economia nos cofres públicos e porque não os privados, já que muitos dos pacientes que são acompanhados pelos agentes de saúde são da mesma forma usuários de planos particulares.

Na ótica do agente comunitário de saúde não existe uma dualidade entre o plano particular e o plano prestado pelo SUS, ou seja, não são mutuamente excludentes, mas, por melhor, são complementares um ao outro. Conforme instamos que o agente de saúde tem uma ponta na comunidade e outra no poder público. Observamos que, sem querer, o agente de saúde fomenta a prática de economia de gastos e de recursos inúteis nos planos de saúde particulares, já que estes são poupados de internações que podem ser evitadas com uma simples informação ou por uma simples orientação de uma pessoa que vive em uma dada comunidade e que melhor que ninguém fala a língua do povo e que entende as angústias, as alegrias e tristezas de suas famílias.