QUADRAS E TROVAS

"O poeta é um fingidor

Finge tão completamente a dor

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente."

(Fernando Pessoa)

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I

Deus me livre desta praga!

Hoje do amor me afasto

Já me deu tanta desgraça

Que eu sozinho me basto!

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II

Minha pele capta teu ardor

Minha boca capta teu aroma

Meu coração capta teu amor

E em nós tudo isto se soma

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III

Amor traz prazer e alegria

Traz também o sofrimento

Começa com muita euforia

E acaba virando tormento

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IV

Poetas se mostram sorrateiros

Rascunham suas poéticas linhas

E seus versos mais verdadeiros

Pulsam ocultos nas entrelinhas

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Nota: Nunca levem poetas muito a sério! As criações podem ou não refletir as verdadeiras intenções poéticas. Penso que a poesia liberta todos os sentires e pensares do autor, em diferentes momentos da criação. As entrelinhas e sugestões são as brumas da realidade oculta.

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Agradeço a presença calorosa de JOTA GARCIA, em bela criação:

Mas você não finge nada

É poeta de verdade

Dez poema numa tarde

E amanhã outra fornada

(Ah! Meu caro amigo, quem me dera!) gajocosta

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Agradeço bela trova de H LUNA, acrescentando brilho à página:

Sempre leio as entrelinhas

Leio com muita atenção

Na verdade nessas linhas

"Pulsa oculto" um coração

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Agradeço a FLOR DO CARDO, com seu talento e criatividade:

Mas são nas entrelinhas

que encontramos a verdade

os versos são caras-metades

das faces que lá se aninham

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gajocosta
Enviado por gajocosta em 30/01/2017
Reeditado em 20/04/2017
Código do texto: T5897195
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