NEBULOSA...

NEBULOSAS...

Nebulosamente ela surgiu

E se instalou no velho sofá da sala.

Nada pediu, apenas se ofereceu

Com aquele olhar manso,

O sorriso cativante, o jeito maroto

movimentos lentos,

aquele balançar da cabeça.

ao ajeitar a densa cabeleira.

Convidativa ao quarto adentrou

Em instantes tudo arrumou.

No chuveiro se molhou,

Provocou, se espalhou em cada pingo

Ensopando com seu perfume

natural tudo ao derredor.

Ainda envolta no roupão

Alegremente na cama se espalhou

Aos poucos se soltou e se revelou

Voraz, felinamente caçadora

Senhora dos anéis, dos ais

Dos suspiros profundos

Das doces palavras, das risadas debochadas

Da descarada nudez estudada

Do orgulhoso revelo das inebriantes curvas

E reentrâncias, das elevações palpitantes.

Que imagem, inesquecível.

Etérea, misteriosa, partiu assim como chegou.

No ar, somente seu perfume restou.

Partiu sem se despedir

E ainda assim, para sempre ficou.

(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)

Juares de Marcos Jardim
Enviado por Juares de Marcos Jardim em 17/11/2017
Código do texto: T6174873
Classificação de conteúdo: seguro