PAZ DE TELHADO

Gosto de subir no telhado da casa durante a noite.

Moro no cimo de um outeiro então a vista é muito ampla.

Tenho por companhia um escorpião iluminado mergulhando de cabeça no céu do oeste,quase dá pra ouvi-lo tocar o mar.

É só fechar os olhos...

Mas não subo pela vista agradável e a brisa amena,

gosto mesmo é dos sons que a cidade canta ao anoitecer;

escuto grilos perto e longe de mim, carros passando, um “peraí” de alguém ao sul,ao norte escuto o som de um caminhão forçando o motor para tentar subir alguma ladeira, do leste veem sirenes de policia, buzinas irritadas vindas do centro da cidade. O barulho do vento passando por entre as folhas das mangueiras, motos apressadas,

cachorros latindo, gatos ronronando, uma corujinha caburé cantando sua solidão.

E lá em cima sinto-me abraçado por essa polifonia e em meio ao caos sinto paz.

Fabiano Stopassolli
Enviado por Fabiano Stopassolli em 18/09/2017
Reeditado em 24/09/2017
Código do texto: T6117927
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