Felicidade Fulminante

Quando a felicidade toma seu ser e tudo fica tão colorido. Você escreve, ouve pássaros, delira com a poesia da música e vibra a alma de intensa adrenalina.

Quando tudo lhe causa curiosidade, principalmente aquele olhar que inspira e fascina pela profundidade do enigma.

Em meio a esse sentimento, abraços não são possíveis e o olhar não fixa por mais de dez segundos. Há algo que afasta. Não posso sentir seu calor, seria perigoso.

Você sabe e finge não saber. Isso protege. Por que tudo isso é tão interessante?

Sinto que o vôo não durará por muito tempo e o canto da poesia se esvairá.

A eminência do desaparecimento poético causa-me um medo inexplicável, como uma morte que pode chegar a qualquer instante: fulminante.

O êxtase da felicidade que domina por completo meu ser, causa-me medo. Antítese de Camões, o fogo que arde sem se ver, a felicidade medrosa, a inspiração e o declínio, a curiosidade e o desinteresse.

Jaqueline Costa
Enviado por Jaqueline Costa em 26/07/2017
Código do texto: T6065565
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