Hastear bandeiras perdidas

São tantas as guerras e poucas são as trincheiras. Morra soldado e leve consigo seu maior medo. Viva soldado, e carregue nas costas, a todo amanhecer, todos que morreram com medo em busca da coragem. A guerra mata, mas também devolve a vontade de viver... Cenário que divide poesia e dor... Morte e vida... Fuzis e flor. São mentes com suas próprias trincheiras, são trincheiras com seus próprios mentores. Morra soldado, mas morra sob esse grande céu que o leva a sua vida, que espelha na lua, sua casa...

Se entregue soldado, sua defesa foi quebrada... Mas a trincheira continua a defendê-lo, lembre-se.

Neste momento soldado, nada mais interessa do que crer na defesa quebrada e na trincheira protetora, se ambos são frutos errôneos. A mentira é de fato o melhor amigo íntimo! Creia soldado e libere o medo em busca dos fuzis que silenciam os que gritam os mais relevantes nomes. Soldado, isto é uma guerra! Soldado caia na trincheira e tente entender o que se passa dentro e fora dela. Entenda que morrer é paz, e viver, é guerra. Agora chove inocentemente soldado, deite-se sob o sangue derramado e a chuva te criará uma nova arte, uma nova trincheira. Abra os olhos soldados e vai compreender cada pingo que cai... Deixe encher seus tristes olhos para que possam chorar noutrora. Talvez quando saírem da proteção de sangue e água. Aproveitem a chuva... E você soldado, eleve sua dor e sonhe... Reflita suas feridas no reflexo d’água nublada da lua e trace o percurso até a guerra consigo mesmo...

Encontrou meu nobre soldado a entrada? Então sabe como sair de sua mente.

Soldado,

Sessaram a guerra,

A chuva parou,

Volte pra casa soldado...

E sua guerra recomeça na lembrança da trincheira...

Pois foi na sua mente-trincheira aonde tudo começou...

GCarlos
Enviado por GCarlos em 22/07/2017
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