Relato de um guardião satisfeito

Não tive medo de por meu tesouro na luz, as cargas que eu carreguei valiam cada gota salgada de suor e lágrimas que derramei... Um tesouro com aspecto de consciência limpa, de prudência e de respeito, carreguei pequenas pedras e as lapidei pelo caminho, minhas forças eram renovadas pela serventia daquelas pedras raras. A traça não as pôde desgastar e nem mesmo os ladrões tiraram-nas de mim. Eram verdadeiras e sutis. Jamais brilharam em pescoços ou em vitrines, não foram a leilão, nem chegaram a disputar competições, mas mesmo assim não as escondi em buracos, nem gastei-as em qualquer mercado. As usei para sustento do mais necessitado, depois de suprida a carência, a riqueza que eu levava era admiravelmente multiplicada e seu valor era inestimável...

Foi o amor o meu tesouro guardado.

(Em 02/07/2017)