Borboletas mortas


 
Corri,
Fui ver a chuva caindo em algum lugar
Onde ninguém me perguntasse nada...
Ouvindo o seu doce barulho, que adoro!
Reportei-me para um mundo de aroma de flores,
Enquanto você era poesia, e eu milagrosamente, feliz vivia.
E o mundo era dum girassol,
espelhando-se nos segredos daquele farol, no alto,
iluminando e reclamando de tudo.

Quando percebi o menino havia se tornado um adulto reticente,
displicente, em cima do muro.
Foi quando eu me despedi, de tudo o que brilha;
do sol, das estrelas, da lua e até do farol. 
Despedi-me de tudo.

Outro dia eu pensei em ser muito feliz bem ali,
um certo tempo foi passando, comecei a achar esse ali muito longe.
Não numa exata geografia,
ah mas talvez ainda haja tempo de eu mesma
regar as minhas margaridas, pois eu não sei o que existe
entre eu e elas,
Estamos a muito tempo, adorando borboletas mortas.

Agora imagino um mar muito distante
onde pousei lindos sonhos,
Eu nunca desenhei na areia, o seu rosto nem seu nome,
para que as ondas não o levassem para sempre de mim.
Ainda assim para sempre você se foi.
No que devo ainda acreditar?
Dessas coisas que eu nunca pude imaginar,
Eu, o mar, um pescador, um caminho longo
E o amor... Sem história alguma para contar.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 12/07/2017
Reeditado em 13/07/2017
Código do texto: T6052948
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.