No Cemitério

Ainda há um túmulo no cemitério, carcomido pelo tempo. Uma orquídea desabrocha na noite de muros caídos, enquanto a samambaia absorve todo o resto de deutério, saltério que paira no ar do desfalecido homem marambaia. Escureceu e eu, outra vez falo sério!

Perdi o cisma do lado de lá. Nem era noite, era dia de reis, a folia na alma ardia, critério sem propósito a uma mãe que morria, despautério em versos perdidos no tempo de muito tempo atrás e tudo se perdia...

- põe um anjo no portal do cemitério, e não terei medo, não serei marujo marambaia na sombra da samambaia. Mãe, me espera, é quimera que se realiza e eu, falo sério. Este é o meu enredo, dele não tenho medo, nem daqui, nem daí, o resto a vida finaliza, escureceu no cemitério e eu ainda, estou do lado de cá, orquídeas tenho para cultivar!

Valdir Merege
Enviado por Valdir Merege em 21/06/2017
Código do texto: T6033644
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