POR ACASO

Quem me dera fosse verdade um poema eterno, desde que, eterna fossem nossas lembranças. Como eu queria, por um minuto apenas, fosse tangível um amor verdadeiro, sentir nas mãos o pulsar de felicidade, a delicadeza de um olhar, a infinitude de um sorriso apaixonado, que sorte eu teria, esse valor passageiro, que faz da poesia, a eternidade de um sonho. Deveras, loucura seria riscar com pincel o retrato do amor, esse amor qualquer, desde que, fosse puro como o primeiro olhar que ao meu filho entreguei. Sonhos que fazem sonhos, poetizar um desejo, rimar minha herança, brincar de ser eterno enquanto escrevo o que me vier por acaso. Assim eu largo meu sorriso, porque escrever por paixão é viver a sensibilidade que herdei por sorte de principiante.