O linear do dia

Justamente agora em que o sol tinha nascido no horizonte, ao cheiro de mato e ao dissipar da neblina matinal sinalizou um dia frio.

Nuvens fragmentadas, algodões gigantes em movimentos apareceram ao ventar de uma corrente nas alturas.

Eu estava sentado no banquinho, na frente de casa, ouvindo passarinhos disputando uma pequena árvore entre tantas.

Um pensamento me veio a cabeça, trouxe consigo o peso da saudade.

Saudade daqueles dias na infância, onde a pureza filtrava minha visão de mundo.

Saudade dos meus antepassados, que ainda não tinham cara de idosos, tinham meias idades e cheios de energia.

Saudade de correr atrás das galinhas e dos patos, na hora em que vovô jogava os milhos para alimentá-los.

Saudade disso e daquilo...

Eu me levantei do banco, cocei o queixo e olhei para o horizonte e vi dois pássaros fazendo suas acrobacias.

Como que se desligasse uma tomada e ligasse o botão, um novo pensamento surgiu forte.

A imaginação seguiu as proezas dos pássaros, levando-me a pensar em coisas do alto, em planos mais altos, em horizontes mais amplos.

Dei um suspiro forte, sorri por dentro e em poucos metros se aproximou um beija-flor, procurando uma flor no meu jardim, levitando no ar em movimentos velozes das asas.

Botão desligado e ligada um luz acessa dentro do meu pensamento...

Começou mais um dia!

Anderson Heiz
Enviado por Anderson Heiz em 26/05/2017
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