Sétimo inferno

Aquele homem se calou até não existir mais

Talvez aquele homem jamais tenha existido

Não é possível que tudo tenha sido mentira

Também não é possível que tenha sido verdade

Ainda escuto sua voz na memória da minha emoção

Através da sua lembrança chego ao prazer absoluto

Depois só resta silêncio e a agonia da ausência

Estou misturada à chuva, estou gotejando saudade

Nada há para causar inquietude na sua alma calma

Aquele rio de mel se transformou num leito seco

Aquelas lindas palavras eram apenas letras ocas

Consegui absorver o ataque atômico ao meu coração

Não entendi racionalmente o motivo para a guerra

Lembrá-lo me entristece, esquecê-lo é impossível

O escondo atrás da porta, mas escapa pelos vãos

Inunda-me pouco a pouco e me sufoco naquele amor

Amor não tem pena de morte, a sentença é mais atroz

É condenação a prisão perpétua absque conversione

Da única janela da minha cela, atirei uma garrafa com um bilhete, mas aquele homem nunca mais olhou para o rio e nem para o mar, quem leu a mensagem foi a pessoa errada...

Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 19/05/2017
Código do texto: T6003427
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