Barata no estômago.
Meu estômago norteia essa náusea fria e suor na testa.
Sinto fome,ainda são vinte horas,qualquer obrigação torna -se como uma infinita estrada redundante.
Um aleatório de músicas das quais não têm sentido para mim agora reproduzem-se nebulosamente em meu juízo.
As palavras de quem lecionava naquele recinto abafado e encenado por gestos e olhares de indiferença aguçaram meus tímpanos e acentuaram o gosto da barriga vazia na minha boca, passei a mão na boca ressequida,enxuguei a fronte impaciente,franzi a testa para cumprimentar o rapaz que estava na minha frente, como que num gesto de enfado e tédio.
Repeti para mim mesmo que nunca mais sairia de casa sem dinheiro e com fome para trabalhar e estudar, analisei o armário de casa sentado naquela sala de aula, lembrei -me que não tinha quase nada...Recebo daqui a duas semanas.
Estou fodido e entregue ao acaso!
Sou só nessa cidade...
Não guardar dinheiro para o fim do mês é uma barata tonta no estômago.