Coisas sem Sentido de um Sábado Perdido.

Fui cortar o cabelo e peguei uma pereba. Daquelas voadoras e sangrentas.

Há dias Zileide nada comia. Era a dieta do coma. Hoje está na UTI.

No sábado de sol o surrado sertanejo aparou o bigode e rumou para o forró. Queria encontrar a tão sonhada amada. Voltou para casa de madrugada e não se lembra de mais nada.

Aquele moleque não para de gritar. Sua mãe grita junto, o cachorro late e o sanatório fica logo ali.

A polícia não quis acalmar o ébrio que discutia com a estátua do Borba Gato. Meteram-lhe a borracha.

O homem xingou a mulher porque a mesma não saía mais de casa por se sentir desarrumada.

Urubus sobrevoavam a carniça vendida na quitanda da esquina das ilusões perdidas. Havia muita fome no ar.

O bafo quente e infecto da velha Londres afugentava os viajantes.

Lá fora a via escorria estranha pelas entranhas do ecossistema.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 24/04/2017
Reeditado em 12/06/2021
Código do texto: T5979999
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