Coisas sem Sentido de um Sábado Perdido.
Fui cortar o cabelo e peguei uma pereba. Daquelas voadoras e sangrentas.
Há dias Zileide nada comia. Era a dieta do coma. Hoje está na UTI.
No sábado de sol o surrado sertanejo aparou o bigode e rumou para o forró. Queria encontrar a tão sonhada amada. Voltou para casa de madrugada e não se lembra de mais nada.
Aquele moleque não para de gritar. Sua mãe grita junto, o cachorro late e o sanatório fica logo ali.
A polícia não quis acalmar o ébrio que discutia com a estátua do Borba Gato. Meteram-lhe a borracha.
O homem xingou a mulher porque a mesma não saía mais de casa por se sentir desarrumada.
Urubus sobrevoavam a carniça vendida na quitanda da esquina das ilusões perdidas. Havia muita fome no ar.
O bafo quente e infecto da velha Londres afugentava os viajantes.
Lá fora a via escorria estranha pelas entranhas do ecossistema.