O Ermitão

E lá, na deserta planície capinada

Encontra-se um ermitão

Eis que seu rosto, molhado de suor

Definido por curvas tênues do tempo

E seu corpo esculpido de um tecido bordado

Enlaça as linhas da sintonia existencial

E tramita em êxtase..

Ao admirar as proezas da plantação de trigo

Colhe as belezas do instante presente (doente)

E lentamente se inclina para observar o céu

Percebe que as nuvens dançam com o soprar do vento (momento)

E que o Senhor Sol resplandece com a soberania tirana (nirvana)

Cavalos de Troia invadem o campo

Divagando como uma viagem ao tempo

Vê-se exatamente em meio de um espetáculo

A plateia vibrante o impulsiona para o principal ato

Da carne sujeita a ponta da espada

Forjando a labuta, saindo do anonimato

Sublinha progressivamente a pele de um leão (vil cão)

E se depara com instintos humanos cruéis..

(Quais filhos de fato são fiéis?)

Cavalos de Troia se vão

O homem e sua solidão

Libertam-se então da divergência substancial

Seus olhos perante as cores, já não são mais os mesmos

Destacando a forma mais sutil do uno

Em reflexo da própria energia de emanação..

Consciente da existência de ser deus de si

Absorve o dom..

O dom de viver não somente para sobre (viver)..

E lá, na deserta planície capinada

Encontra-se um dos deuses que habita a Terra (ermitão)

Que aprendeu a diferenciar os relevos de moldes reais

Diante o mais complexo existir

Carolina S Farias
Enviado por Carolina S Farias em 22/03/2017
Código do texto: T5948926
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