O Ermitão
E lá, na deserta planície capinada
Encontra-se um ermitão
Eis que seu rosto, molhado de suor
Definido por curvas tênues do tempo
E seu corpo esculpido de um tecido bordado
Enlaça as linhas da sintonia existencial
E tramita em êxtase..
Ao admirar as proezas da plantação de trigo
Colhe as belezas do instante presente (doente)
E lentamente se inclina para observar o céu
Percebe que as nuvens dançam com o soprar do vento (momento)
E que o Senhor Sol resplandece com a soberania tirana (nirvana)
Cavalos de Troia invadem o campo
Divagando como uma viagem ao tempo
Vê-se exatamente em meio de um espetáculo
A plateia vibrante o impulsiona para o principal ato
Da carne sujeita a ponta da espada
Forjando a labuta, saindo do anonimato
Sublinha progressivamente a pele de um leão (vil cão)
E se depara com instintos humanos cruéis..
(Quais filhos de fato são fiéis?)
Cavalos de Troia se vão
O homem e sua solidão
Libertam-se então da divergência substancial
Seus olhos perante as cores, já não são mais os mesmos
Destacando a forma mais sutil do uno
Em reflexo da própria energia de emanação..
Consciente da existência de ser deus de si
Absorve o dom..
O dom de viver não somente para sobre (viver)..
E lá, na deserta planície capinada
Encontra-se um dos deuses que habita a Terra (ermitão)
Que aprendeu a diferenciar os relevos de moldes reais
Diante o mais complexo existir