Meu tempo

Berços de aurora em lagos de virtude

Uma chama que reside na imensidão do longínquo

Marés e abobadas douradas

Esplendor infinito do paraíso

Uma vez eu fora apenas um garoto

Tolo ingênuo, por detrás de todo um pensamento

Uma vez fui um homem com medo do vento

Temendo o fim de meu tempo

Uma vez uma rosa floresceu no inverno

Uma poesia aos olhos de todo admirador

O clamor da beleza sobre o branco colossal

Um vislumbre da inocência

A maravilha de esperar o que não se espera

De aprender o que não se ensina

De ver o que não se mostra

O que o tempo lhe da, ninguém rouba

Aprendendo a dor da perda

Uma cicatriz em seu coração

Uma rosa deflagrada

Em diminuto silêncio

O tempo cura o que a vida fere

Transforma a lágrima em um sorriso

Da voz ao coro silencioso

Onde um sopro de luz renasce

Águas brandas e azuladas

As bandeiras de meu navio contra o vento

O farol dispersa a escuridão

E clareia a solidão

O tempo lhe ensinara a dizer adeus

Vida que nunca se repete

Nada caminha em ciclos

Um passo após o outro, como notas de uma bela melodia

Levado até este fim

Quando o passado parece uma miragem

Imagens de uma vida sem mim

Quando o tempo pede passagem

Deitado em meu colo o doce tempo

Me tocou com seus sussurros

Quando me dera sem pedir nada em troca

Nada além de um sorriso, de um coração aberto

E eu vi em seu sorriso

Que agora em seu rosto repousa

Que corri demais para chegar aqui

Sem nunca parar para olhar o que esqueci

O tempo ensina a amar a vida

E ensina a viver o amor

Lhe da um fim e um recomeço

A esperança de um novo sentimento

Nunca questione o tempo

Pois este nunca lhe questiona

Dará asas para sonhar

E um leito para chorar

O tempo é único para cada um

E um para todos nós

Não importa quanto tempo passe

Ainda há tempo

Para não se perder tempo