Inocência (Ofício - 1993)

O que se passa ao longe?

Um frágil risco de inocência, num ritmo claro da ciência.

Diria por ser inteligência, ou por tempo e paciência?

No eco da meia noite intensa, dos minutos perpétuos da imprensa,

reluz a alforria daquele que pensa.

E aquele que vive na inocência?

Nos lábios de papel de tinta preta,

resvala o hálito nas palavras de caneta

e olhando o quadro de paisagem de gaveta,

ele dorme nos ombros de grande graveto.

Um trabalho de sol, prolongando-se para estrela, sem horários, sem previsões, sem destino para vivê-la,

mas sem perguntas para os outros percebê-la.

Um dia a descobre, talvez seja tarde para perdê-la.

Takinho
Enviado por Takinho em 20/02/2017
Código do texto: T5918621
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