“Ultima fuga...” (parte II) O dia seguinte.

Enquanto o barco percorria aquele enseada nevoeiro à dentro.... eu, estava esquecendo aos poucos todos os meus melhores momentos (...) Por mais que eu tentasse me concentrar, pedaço à pedaço a canção assobiada do barqueiro conseguia, enfim apagar. Não consegui ver em momento algum o rosto daquele surreal condutor, talvez não me fosse permitido ou talvez a permissão, fosse algo que não nos pertencesse mais (...) Mas afinal a que mundo pertencemos, que garantias nós temos, nessa jornada de corações tão pequenos, onde o simples é difícil demais e o impossível “se maldoso” se tornou tão fugaz! Agora acabei de esquecer meu nome, minha melhor idade.... e aquelas coisas que só você sabe (...) Mas lembro como nitidez “branda” todas aquelas cantigas de ciranda, que cantava para me provocar e conseguia (...) pois, seus objetivos mais sutis, acontecia. Vejo uma margem à minha frente, e ouço o peculiar ranger de uma corrente.... enfim, um pequeno e misterioso cais (...)

(Pisando na areia fina....)

Já era fim de tarde, e eu confuso em meio às minha verdades... perdido entre o real e o abstrato e mais uma vez ninguém “usava” sapatos (...) Não sei se isso era apenas um ritual ou se ali já se tornou normal... sentir com plenitude a tudo, antes que nossa sensibilidade seja colocado “um” a um, em ordem de sentido.... na gaveta das vontades (...) Tivemos que responder um questionário bem curto, que girava em torno da pergunta “ O que você mais gostava ? “ parecia até, que fomos enviados em algum projeto, cujo qual, fomos testados ao extremo do absurdo ao...... dia completamente mudo (...) Nesse caso, só para saber se o silêncio causava dor, algumas experiências sem procedência, pelo menos para os analisados.

(Vinte três motivos)

Inconscientemente, a numeração vinte e três não me sai.... do pensamento, não consigo ligar ao tempo ou algum momento e nem mesmo a algum sentimento, preso aqui dentro..... Já pensei em várias possibilidades, vinte três amigos que sempre estiveram comigo, vinte três medos...... ou vinte e três vitórias, quem sabe fui o vigésimo terceiro a tentar e não conseguir, nesse momento comecei a rir (...) e lembrei que quem ri de tudo é louco, alguém já me disse isso.... ai fiquei pensando em todas as vinte três possibilidades que “poderiam” ter acontecido ou que talvez eu tivesse perdido, é devo ser louco realmente.... e pior que isso é ter esquecido o nome, de onde vim.... o que fiz de tão errado, para as lembranças terem sido apagadas (...) Eu ali, parado pensando, e o barqueiro aos poucos se afastando, sem se despedir de ninguém e muito menos me dizer se “no outro” dia vem, e o assobiar foi ficando sem força, até que meus ouvidos não conseguiam mais ouvi-los (...)

(A volta....)

Enfileirados, um ao lado do outro pediram que deixássemos a mão direita aberta.... em seguida uma pessoa, cujo, qual a simetria do rosto parecia oposto a razão de tanta perfeição, colocava na palma de cada um uma pedra “azul” brilhante, e dizia as seguintes palavras ao nosso ouvido: “ Cuide do que estou lhe dando, com serenidade e carinho e jamais a perca pelo caminho “ no inicio não entendi nada, porém, fazia tudo que nos era permitido lá, com aquela misteriosa pedra na mão, confesso!!!! As vezes conversava com ela... tentando descobrir alguma informação adicional, mas o silencio dela era fora do normal (...) Certo dia pela manhã fomos convocados, Ah.... antes disso algo que achei estranho, em nenhum momento que estive lá consegui “sonhar”; Bem parei na convocação... Todos enfileirados novamente, agora havia um com água, na frente de cada um de nós.... em poucas palavras, foi nos dito: “Peguem a pedra.... que foi lhes concedido a guarda no primeiro dia, coloquem dentro do copo com água, fiquem atentos a sua coloração, se mudar seja qual for a cor.... me sigam (...) As que mantiverem a mesma cor continuem na fila, como sou azarado.... foi colocar na água, a minha “querida” pedra ficou vermelha como brasa, pensei automaticamente “Danou-se”, de tão atormentado que fiquei... estava indo para o lado errado, e escutei alguém dizendo, “ Vinte e Três !!! é por aqui, a pedra que nos foi dado a guarda no primeiro dia na verdade era nosso “próprio coração” e Vinte e três foram todas as pessoas que de certa forma, eu ajudei a sorrir de verdade (...) A quantidade de bondade na verdade não importa, desde que seja sincera..... estou de volta agora, e não esqueço mais meu nome, às vezes esqueço sim, mas por opção.

(...) O seu coração pode ter qualquer cor.... desde de que dentro dele esteja repleto de amor.

JLuis in Verve
Enviado por JLuis in Verve em 19/01/2017
Reeditado em 20/01/2017
Código do texto: T5886998
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