As jaulas da poesia

Gosto da morte na vida

que se revela ao nascer

Eu imagino a despedida,

de quem vou conhecer.

Eu gosto da poesia escondida

na política por trás do poema;

Gosto da morte que a vida

traz para solver problemas.

Porque tudo acontece

justamente no ser,

uma essência "non sense"

de um verbo "tudo a ver".

Porque por trás da poesia

há o verbo, o verso, o reverso

e o perverso da alegria.

Há de ouvir o que converso.

Se converto violentamente educação

quanto tempo há de existir numa cela?

Quantas cabeças precisavam rolar

nesse baralho de copas a cartear.

Carne crua sem o cozimento

no juízo de quem não quer falar.

Carne viva a perder o momento

no juízo que não saber escutar.

Gosto do que a poesia não faz.

Gosto do que a poesia não é.

Quando só consigo escrever

sobre aquilo que me tira a paz.

Gosto do que a morte faz.

Quando os podres se "melhoram".

Quando só consigo lhes dizer

que tudo isso só me tira a paz.