Colecionador de desgraças

O homem adora sangue,

destrói seu yin-yang,

"joga pedra na Geni" e em ti como troféu.

O homem adora colecionar desgraça,

faz da sua graça um sacrifício,

e faz da sua vida um suplício.

O homem xinga, bate, mata,

cospe, difama, maltrata,

depena a mente para se vitimizar e usa da gratidão para lucrar.

O homem tem este lastimável poder,

gosta de sofrer por falta de coragem,

prefere malquerer a bendizer,

sabe que a flor é mais bela, mas insiste em admirar o espinho.

É a onda do coitadinho,

do bonzinho (tadinho dele),

do auto flagelo por falta da verdade,

veste-se de amarelo no réveillon, mas não acorda cedo para ganhar dinheiro.

É a geração da doença,

da "sofrença",

da mentira como bandeira,

das palavras impensadas plantando bananeira.

A luta está acabando,

a falta de ânimo virou costume,

os costumes levam a infelicidade,

o homem não foi criado para a felicidade.

Estuda-se tudo,

constrói-se tudo,

pratica-se tudo, porém o álbum da desgraça está cada vez mais cheio de figurinhas.