Parto dos dedos e silêncio de uma reclusão

Sim, isto é escrever. Também um tipo de droga, vicia. Sensação muito boa é ter um texto parido dos dedos, das mãos, da tinta, do teclado, pensamentos ou o que seja! Escrever é liberdade. É ação e pensamento, tudo ao mesmo tempo. Divertimento, todo o necessário. É mágico, tempero do tempo de espera bem usado. Escrever é viver nas linhas tortas e pontos em aberto, cheios de virgulas e travessões. Estes estão ali quando falam por si mesmos e pelos outros; também as aspas, pra marcar alheios anseios, ensaios bem ou mal cunhados. Escrever é fugir do mundo certinho ou caótico, de todo modo ilusório. Nada é determinado, tudo é aleatório, um ser consciente não existe, tudo inventado, fantasiado à moda vestido. Não entendo nada disso. Quer dizer: entendo tudo! Blödsinn! O que isso quer dizer? O que você ler ou consegue ver nas entrelinhas do texto que qualquer um pode escrever. Adoro esses passeios pela praia de olhos fechados. Sou livre pássaro num dia ensolarado e brisa suave, cheiro de sal e sol: mar à vista! Sinto saudades do mar, das ondas e da sincronia. Procuro nas árvores da floresta a coreografia que tinha com o mar. Às vezes funciona, outras nem tanto... Vejo outras coisas e descubro outros encantos. Vivo cada dia e isto é tudo o que me importa saber. Paro por aqui, pois a vida continua e ferve e espera por mim, e por você, e por todo o resto racional que seja ou assim pareça.