Harmonioso ocaso



N’alma,silente,gentil,permanece,
De ser sem qualquer pura razão...
Ainda que mudar o destino pudesse,
Do passado ficariam passos pelo chão.

D’ harmonioso ocaso sombras ternas,
De ser sem qualquer pura razão...
Perde-se meu Ser em vasta imensidão,
Caem estrelas onde mora a quimera .

Que minh’alma,branca flor fora do vaso!
De ser sem qualquer pura razão...
Canto de cisne sente harmonioso ocaso,
Calma sinfonia,a mais bela ouvida,até,então...

Ah!Qu’a flor,pois,arrebenta e desabrocha!
E sem qualquer razão pura de ser?
Acolhe divino colibri,embora,sem saber...
Bebe da cristalina água da tosca rocha.

Arrebatado,enfim,alegria imensa ,comovido,
Na casa daquele passarinho ao entardecer...
Tudo fora sonho a vida bela que havia vivido!
E ,deveras,sem qualquer razão pura de ser...