O SER E AS CONTRADIÇÕES DA PEDRA (III)

(POEMA EM CINCO PARTES)

III

Deixe-me mergulhar em teu silêncio mineral,

E ser não mais que grânulo, cisco, poeira

Muito menor que tua forma habitual.

Deixe-me ser concreto, e não errante,

Perdendo-me em outras esferas distantes,

Abstratas.

Deixe-me pulsar em teu átomo trancafiado,

E descerrar teu núcleo e prótons vários,

Liberando-te a vida interna, reclusa,

Como cerne de semente, verde.

Fernando Munhoz
Enviado por Fernando Munhoz em 06/10/2017
Reeditado em 06/10/2017
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